Quem fizer um estudo comparativo entre a nossa Obra e o Apocalipse de São João, encontrará passagens maravilhosas. Uma delas, por exemplo: EU sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e era, e que há de vir, o TODO PODEROSO.
Esta imagem descrita que se identifica com o Sacerdócio de Melki-Tsedek (Epístola aos Hebreus VII 1 a 4), nos descortina o Ishwara composto pelos Sete Planetários, sendo facilmente identificado o primeiro que tem os cabelos brancos de neve como Cronos(Saturno) o Pai do Tempo, o segundo com a brilhante visão aquilina de Zeus (Júpiter) do Olimpo. O terceiro com a face resplandecente de Helios (Sol), o quarto com a túnica e a cinta de Afrodite (Vênus), o quinto com os pés de Mercúrio, o metal sagrado deHermés, o sexto, saindo de sua boca, tinha uma espada de dois gumes de Áries (Marte) e a sua voz é como o murmúrio das ondas do oceano referindo-se a Selene (a Lua) das quatro estações e das águas.
E ELE tinha na destra as sete estrelas, que são os Sete Dhianis ou Anjos das Sete Igrejas, aos quais ELE pede que escrevam as sete cartas às sete Igrejas com as mensagens Iniciáticas que tentaremos desvelar.
Tinham as cartas às sete Igrejas da Ásia - Sete Templos Iniciáticos - o objetivo de avisá-los de que as cerimônias que aí se praticavam eram para a formação de Adeptos Perfeitos, Santos e Sábios. Estas mensagens ou cartas às sete Igrejas, estão estreitamente relacionadas com os dizeres das Epístolas de S. Paulo quando falam no Cristo Interno, na semeadura no corpo corruptível, para a colheita no corpo incorruptível, isto é, vencer a morte no sentido da consciência imortal ou continuidade de Consciência, onde a sua exclamação "Ó morte! Onde está a tua vitória?" Para dizer que o Iniciado venceu a própria morte.
O Apocalipse nos ensina que para esta Iniciação precisamos:
1- Dos frutos da Árvore da Vida para perceber as etapas já vividas e então colher a experiência do passado, conscientemente, no presente; sentir a eternidade percebendo os primeiros vislumbres da vida interior, princípio luminoso que foi chamado por Paulo, de "Cristo Interno". A grande visão ainda custará a aparecer; até lá vitórias e derrotas. Pressentindo esta glória e vencendo esta etapa então ele verá, face a face, o Ser Divino que nele habita.
"Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da Árvore da Vida, que está no meio do paraíso de Deus". (Apoc. 11-7)
A tradição hindu diz que no primeiro grau (Pratma-kalpika, o que está no primeiro período) a luz espiritual começa a iluminar a consciência física do homem. Nesta etapa já deve ter vencido os grandes entraves representados pela dúvida, falsa noção do eu e pela impureza dos costumes e dos pensamentos.
Procura aquilo que é excelente – Subha-Ich'ha – tal como afirma o Vedanta Siddhânta Darshana, e o desejo da libertação que resulta da discriminação entre o permanente e o transitório e dura até que o fim seja atingido. Portanto, nessa etapa o homem adquire a primeira imortalidade do físico, para que possa alcançar o seu desiderato supremo. É nesse sentido que prova do Fruto da Árvore da Vida. Passa a seguir à segunda etapa, ou à segunda Igreja, a de Esmirna.
2- Se no primeiro grau Iniciático ele prova da Árvore da Vida, só na segunda iniciação vencerá a segunda morte. Então, começa a ver aquilo que fez; visões terríficas ou angelicais. Nem inferno, purgatório ou céu perdurará: a energia física, psíquica e mental vai se esvaindo e as visões desaparecendo como imagens fugazes. A alma caminha aos limites deste mundo, limiar das impregnações terrenas. Surge então, um mundo mais sutil, mais real, o mundo astral é substituído pelo mundo das formas mentais puras. A alma não pode entrar como o veículo pesado astral para o mundo das causas de mais elevado mental. Aquele cadáver psíquico fica abandonado.
Mariposa que se eleva para o mundo de luz e de repouso, passa por uma transformação semelhante à morte física, abandonando a alma, os seus princípios grosseiros e, glorificada, passa para o Mundo do Repouso. Agora é uma nova existência em que alguns podem ter experiência em vida. Ao alcançar o segundo grau o homem não passará pela segunda morte porque já provou, na primeira, os frutos. Não se desfaz no orbe lunar e repousa no superior, porque está junto ao Pai Celeste. Seguem-se novas peregrinações estabelecidas pelo princípio anímico – nova reencarnação.
"Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas: Quem vencer não receberá o dano da segunda morte." (Apoc. II-11)
A segunda etapa é Vichârana – o conhecimento discriminativo, conforme o Vedanta.
Nesta etapa, conhece o homem o campo da individualidade. Resta-lhe o verdadeiro conhecimento espiritual, cuja posse só pode ser alcançada pelo Super-Consciente, e o fim da Iniciação é levar o homem a esse ponto. A salvo da morte psíquica, ou parcialmente liberto, passa ao terceiro grau ou à terceira igreja, a de Pérgamo.
3- Nesta fase, o iniciado continuará com a sua consciência individual. Saberá então o nome da essência espiritual que o anima. Então, pela primeira vez vai ver quem ele realmente é. Recordando qual o Som divino (nome iniciático) que há de individualizá-lo, nome este que é tirado do próprio nome de Deus numa de suas múltiplas combinações, e de que só ele tem conhecimento.
"Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas: Ao que vencer, darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um nome escrito, o qual ninguém conhece se não aquele que o recebe". (Apoc. II-17)
O terceiro grau iniciático está sempre ligado ao mistério do nome. Todas as tradições falam do segredo do nome. De acordo com Moret, os egípcios faziam uma idéia bastante singular da criação do mundo: o demiurgo, a emanação divina, criou o universo pelo olho e pela voz. Quando viu os seres, estes se manifestaram; quando pronunciou seus nomes, os seres existiram. A vida para os egípcios era uma emissão de luz fecundante e verbo criador. Para Jean Marques Rivière, "o conhecimento do verdadeiro nome é absolutamente essencial; as coisas que não têm nome não existem; quando adquirem a existência é porque Deus pronunciou os seus nomes".
A tradição hebraica afiança a necessidade do conhecimento do nome, dos seres e das coisas. Os primeiros padres da igreja, como Orígenes e outros, dizem que os nomes, contrariamente à opinião de Aristóteles, não são dados por simples convenção mas que apresentam uma relação profunda e misteriosa com as próprias coisas.
Na Índia, inúmeros sábios alcançaram o pináculo da evolução pela prática da repetição do nome sagrado; japa-yoga é o nome técnico e, como nos diz Frithjof Schoun, Swami Rândâs é um exemplo atual e frisante da importância do conhecimento do nome.
De acordo com os conhecimentos tradicionais o verdadeiro princípio do homem, a sua real essência, é da mesma natureza que a palavra que a expressa. Conhecer uma é automaticamente reconhecer o outro. Quando o discípulo conhece o seu verdadeiro nome, o que lhe é facultado no terceiro grau iniciático, entra em comunhão direta com aquilo que, impropriamente, é conhecido pelo nome genérico de EU.
O sentido popular do apelido, ainda que remota e transfiguradamente, representa o sentido exotérico e esotérico do nome do discípulo e do Mestre. Penetramos, assim, no domínio transcendental da individualidade do homem, entendendo-se aqui por individual o princípio sutil que constitui a verdadeira essência do ser, termo que se opõe ao de personalidade. Esta representa o veículo grosseiro do homem, o que habitualmente chamamos de EU. Com esta distinção, o sentido de personalidade vem a ser o tradicional, derivado de persona, sgnificando a máscara que caracteriza o ator, através do qual ecoa a voz do homem real.
É o ilusório, a fantasia que envolve e cerceia o Real. É portanto no terceiro grau que se manifesta o EU Real, que o discípulo se encontra consigo mesmo. Para a realização do grande mistério iniciático.
Uma vez vencida esta etapa, o candidato se dirige para a Quarta Igreja, a de Tiátira.
Na quarta Igreja receberá um cetro de ferro para governar as nações. Sua missão será a de governar os povos. É exemplo desta fase a dinastia dos faraós. Alguns foram sábios e iniciados, como ocorreu com alguns reis da Assíria, Babilônia, Índia e China. Grande é o número de adeptos que têm passado por esta Missão surgindo, então, misteriosos imperadores, como Numa Pompílio – Profeta que mantinha contato com os Mestres da Sabedoria; Assoka, que criou o Império dos Mórias – Perfeitos; Mahatmas da Linha Mória ou dos sete adeptos perfeitos de todos os tempos. Vêmo-los também como Fo-Hi – o Filho do Dragão, e Kunaton, o Amado de seu pai Aton. Os acádios e sumérios são pródigos da presença desses Seres. Por isto ensina o Apocalipse (II-26):
"Ao vencedor, e ao que guarda minhas obras até o fim, lhe darei autoridade sobre as nações. Ele as regerá com vara de ferro, quebrando-as como são quebrados os vasos de oleiro, assim como eu as recebi de meu Pai. Eu lhe darei a estrela da manhã".
Nesta etapa, diz a Tradição Oriental, o discípulo já tem consciência de quem é, surgindo nele os poderes, ou sidhis, que podem constituir o principal empecilho à realização transcendental, pois devem raramente ser utilizados e de manifestação espontânea, ficando como jóias preciosas à ordem da radiosa estrela, que é a alma desperta e plenamente ativa. Uma vez atingida e ultrapassada a prova ou o estágio dos poderes, o possuidor da estrela da manhã, que é Vênus, estando portanto estreitamente relacionado com os Senhores de Vênus ou Kumaras, encaminha-se à próxima igreja, a de Sardes.
Na quinta Igreja, não pode mais conviver com os homens vulgares, é o Adepto na fase secreta, é o Superior Incógnito passando entre nós, procurando guiar a humanidade sem ser reconhecido. É o Adepto Secreto, com suas vestes brancas, espírito luminoso cujo nome inscrito no Livro da Vida, lhe permitirá ligar-se aos grandes mistérios da Tríade Superior no seu aspecto de Beatitude. É o Amor Universal que não se cinge a um ser, a uma coisa, mas que universaliza e pluraliza.
Consciente do seu EU, da sua verdadeira Essência, funde-se agora com um dos aspectos do próprio Verbo criador. A Ele liga-se, une-se para a eternidade, nesta etapa é que se diz que a alma contempla face a face a Divindade ou a Divindade que se contempla. Faz parte agora do mecanismo intrínseco do próprio Universo. A Potestade suprema não mais o reconhece como parte do todo, mas o vislumbra como entidade consciente do todo.
Nesta faze, diz o Apocalipse (III-5):
"O vencedor será assim vestido de vestes brancas; não se apagará o seu nome do Livro da Vida, e confessarei seu nome diante de meu Pai e diante dos Seus anjos".
Atingindo o estado interior de Ananda, segundo as escolas orientais, segue o iniciado para a próxima Igreja, que é a de Filadélfia.
Na sexta Igreja desenvolve o Conhecimento Puro, que se equilibra com o Amor puro da etapa anterior, na realização mística das duas colunas do Templo. Recai sobre ele o mistério do Santo Nome de Deus. É a Palavra Perdida, o Shen-Ha-Meforash dos antigos cabalistas, a expressão inefável do AUM das tradições indo-tibetanas.
Em uma obra de grande valor esotérico, no Pitis Sofia, a Sabedoria da Fé, obra fundamental dos gnósticos, há uma referência a este Santo Mistério: "Rabi Jeoshua, certa vez interrogado por um discípulo sobre o valor das sete vogais da linguagem grega que se achavam gravadas na cabeça da serpente Orfis, respondeu:
"Este é o maior de todos os mistérios. Quem conhecer o segredo que faz vibrar as sete vogais e os seus 49 poderes, é o Senhor de toda a Luz. Nem o próprio Cérbero, o guardião dos mundos intermediários, poderá detê-lo na sua marcha gloriosa. Se envolto em trevas, entoar esta Palavra Santa, logo a Luz se fará".
João, o Evangelista, ensina que "no Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus". (João I-1)
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós..."(I-14).
Logo, tudo dimana do Som Primordial e, portanto, pela marcha inversa, tudo se relaciona e diretamente depende da Palavra Criadora.
O céu se manifesta, o homem une-se eternamente com o Logos, quando pronuncia a Palavra Inefável.
Nesta fase, o iniciado entende a carta dirigida ao Anjo da Igreja de Filadélfia, que diz:
"Ao vencedor fá-lo-ei coluna do Santuário de meu Deus, donde jamais sairá; escreverei sobre ele o nome de meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu da parte do meu Deus e também o meu novo nome".
O último rebento místico do Oriente, Sri Râmakrishna, não hesita em dizer: "Deus e seu nome são idênticos". É precisa a sua sentença:
"Quando cremos na potência do Santo Nome de Deus e nos dispomos a repetí-lo constantemente, nem discernimento, nem exercícios piedosos de nenhuma ordem são mais necessários. Todas as dúvidas se esgotam, o espírito torna-se puro. Ele mesmo realiza-se pela pujança do seu Santo Nome".
Terminando esta fase, dirigirá o iniciado para a última etapa, a Igreja de Laodicéia.
Nesta sétima Igreja, atingirá a consagração final, o pináculo da evolução. O homem unifica-se com o Todo. Esta identificação é conhecida no Oriente com o nome de Samadhi; pela isenção absoluta, pela renúncia ao uso dos poderes extraordinários que alcançou, consegue destruir todas as sementes mentais, de há muito subjugadas, mas ainda latentes em seu Órgão Interno. Pode, então, alcançar a consciência do Permanente, do Eterno, a qual, para a consciência relativa dos que vivem nos mundos contingentes, representa a absoluta inconsciência. Somente agora é um Liberto, na plena acepção do termo.
Esta consagração está contida na carta ao Anjo da Igreja de Laodicéia (III-21):
"Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci e assentei-me com meu Pai no seu trono".
Tendo o iniciado nas etapas imediatamente anteriores atingido o que as escolas orientais chamam de Ananda e Chitt, nesta última torna-se um Turyaga e, através do Samadhi, atinge o atributo de SAT.
Realiza assim o SATCHITANANDA, ou os três atributos do Pai, no seu interior, através das sete Igrejas ou sete estados de consciência, perfazendo os 21 mais 1 Arcanos Maiores, pois ele é o 22.° Arcano Maior ou Laurenta, ou aquele que sabe Quem é, donde vem e para onde vai.
SOBRE O NÚMERO 666
No capítulo 13 versículo 17/18, o Vidente de Patmos nos alerta sobre os que somente podem comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número de seu nome.
Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis (666).
Alguns religiosos católicos, levando em consideração que o Apocalipse foi escrito em grego em seu original, atribuem às letras gregas transformadas em números: MAOMETIS = 666.
Outros exegetas protestantes dizem, sutilmente, que este número está no título que os Papas evocam a si mesmos, em latim: VICARIUS FILII DEI cujos valores VICIVIL III D = 666.
Ernt Izgur, um profeta moderno, ao atribuir à letra A = 100, B = 101, C = 102 e assim por diante até Z = 125, calculou para o chefe dos nazistas o seguinte:
H = 107, I = 108, T = 119, L = 111, E = 104, R = 117
cuja soma totaliza 666 que é o número de um homem.
Alguns simplistas modernos, atribuíam a RONALD WILSON REAGAN o número 666 baseado no agrupamento de seis letras em cada nome... não esquecendo que a letra mais parecida com o número 6 é a letra "c", inscrita na CCCP (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).
Aquele que tiver entendimento que calcule outros exemplares que estarão prestes a se manifestar neste "fim de ciclo apodrecido e gasto".
Hernani Portella
Fonte: http://busca-interior.blogspot.com.br
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Lisa Teixeira
Abril / 2012
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