Meus olhos fitam o relógio na cabeceira da cama, envolto por uma luz azulada e quente, vem cortando feito navalha de aço a penumbra do quarto.
3:10... a magrugada escorre por entre os lençóis, meu coração... pobre dele bate desordenado, está bem no meio dessa briga tortuosa.
Já não sabe o que fazer, pois o corpo ainda trêmulo, latejante...pulsante.. errante...trava agora uma batalha desumana com a mente insana, que por todas as formas tenta defender o pouco que ainda lhe resta de argumentos convincentes, o corpo dorido insiste em seus impulsos...lampejos maquiados em intensos desejos corrosivos... se debatem como peixe fora d'água.
A mente rebate intrépida... procura pela luz azulada e quente, 3:55 as horas escorrem como água de enxurrada nessa madrugada sem fim...interminável!
Cruel...solitária...dolorida, o universo inteiro parece ruir, vai adentrando por um buraco negro, lágrimas cristalizam e eternizam esse momento de paixão, por instantes, flexes de segundos a mente da uma trégua, se entrega em devaneios, vasculha imagens retorcidas contrastes e tons... doces acordes da melodia ao fundo, inebria feito droga que vicia.
Momento eterno em que a alma grita! Por que?
Coração derrete em chamas...ele clama, inflama, derrama um doce e quente querer.
Um desejo... a mente concorda, não mais vacila... não há mais como fugir do inevitável.
Uma vez que esse grito vem de dentro, tudo se agita e o grito se repete...
Escrever agora é a saída, é meu avesso...meu interno refúgio.
4:20...corpo, mente, coração, alma...tudo se entrelaça e tudo se repete...se repete... se repete...
Por: Lisa Teixeira
Julho/2009
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