Daqui de dentro de onde estou!
Estou fortemente ancorada, em sintonia direta
Com os meus sentidos interiores e muito bem apurados
Sentidos estes, que hoje estão muito além de mim...
Assim como uma concha... uma crisálida pendurada,
Precisei fechar-me e resguardar-me até de mim mesma
Deixar passar o tempo!
Como a areia fina que escorre por entre os dedos
Deixar que as lembranças, perdessem forças!
Como vapor, levados ao vento...
Precisei desse tempo, para me metamorfosear
Há muito tempo, um tempo que me perdi de mim,
Um tempo que custou a passar
Algo aconteceu subitamente...
Algo que veio de fora, algo exterior à mim
Algo sem controle, indigno, sujo!
Algo maligno... até mesmo impuro
Algo que jamais pensei que pudesse existir
Que entrou dentro de mim
Lançou-se tal qual um raio!
E feriu-me quase que mortalmente,
Por isso, não houve alternativa!
Precisei me fechar, para só depois curar
Foi um tempo de escuridão, sim...
Mergulhada na lama da ilusão
Pelo algoz, que sem me dar conta, me acorrentou!
Mas também foi um tempo Divino,
De aprendizado, de quietude e mansidão...
Um tempo em que me vi inteira, não mais fragmentada!
Nem tão mais espelhada, pela face que vinha de outro
Tive de tirar da ferida, apesar da dor...à minha maior força,
Cicatrizá-la pelo ferro quente,
E a sangue frio, deixar-me escorrer!
A ferida, foi ganhando corpo, foi se transformando
A cada dia, protegida pela casca grossa e fundida
Pela concha que eu mesma criei...
Aprendi a enxergar no escuro,
Para encarar minha própria sombra
Tive de abrir minha terceira visão!
Que ao contrário do que eu pensava,
Foi a força vital, de que eu tanto precisava
Hoje, estou em fase de acabamento,
Pois sei do meu empenho pelos detalhes
Que estou cuidadosamente cristalizando em mim
É tão somente, aquilo que me é de mais caro e precioso
Me validar, para o reconhecimento
De quem eu verdadeiramente SOU
Trazer o Céu à Terra, pelo simples desejo do coração
Fazer à minha Luz brilhar, na escada da evolução
Permitir-me enfim ser vista, sem mais precisar me esconder
Libertando-me de tudo o que veio antes
E da dor...poder fazer nascer o Amor
Foi este o ensinamento que recebi
Nas encostas do meu templo sagrado
Permitir que a minha verdade , me informe!
Acreditar em mim e convidar à minha alma livre, a entrar!
Permanecer centrada interiormente
Impecável no meu compromisso comigo, e de quem EU SOU
Da fera ferida, tornei-me a pérola negra,
A mais valiosa, que pude conceber!
Eu Sou a MULHER que transformou tanta dor,
Nessa jóia sagrada, que é o Amor!
Sou pérola negra!
Matiz única e irradiada em mim pela Fonte
E me comprometo agora,
Com essa força criadora em mim...
E verbalizo que ao sair dessa minha concha escura
Trarei comigo, o que tiver de mais vivo e mais puro em mim
Trarei à tona, bem à luz da superfície
Minha essência gerada em meu recuo, em meu exílio...
E por minha própria escolha, trarei a jóia mais rara,
Meu talismã, meu guia e meu escudo
Que me ajudará a fazer fora
O que eu já aprendi a fazer por dentro
Sou EU...eu sei!
Uma das muitas conchas, que estarão se abrindo de agora em diante!
Para que numa só força criadora
Todas juntas, gerarmos este tão sonhado mundo novo,
Agora porém...sem mais precisarmos da dor
Esparramando nossas pérolas multicoloridas
Aos quatro cantos do mundo!
Pelos caminhos e pelas vias mais puras
Nos corações humanos que agora desabrocham
Talhados de amor, por um plano maior e mais profundo!
Por: Lisa Teixeira
Julho / 2011
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