Fidelidade ao que pensa e ao que se sente...

Hoje, tive o privilégio em receber um email incontestável por sua autenticidade, de uma amiga pra lá de especial, que dizia o seguinte;


Oi
Escrevi umas 15 linhas para apresentá-los ao vídeo abaixo. Mas resolvi apagar tudo e dizer apenas que , não sei muito bem o que dizer...
Assista e tire suas próprias conclusões.
Beijos a todos de alguém em profunda reflexão.... r s






Bem, é evidente que não consegui calar-me e gostaria de ter a liberdade de soltar a minha voz e deixar postado em meu BLOG, minha resposta a ela;





Oi San...
Permita-me que eu continue essa sua indignidade social e escreva para você, essas tais 15 linhas?
Só não sei ao certo se irei permanecer nas 15 linhas, pois você sabe que quando começo escrever não consigo parar mais. Como, pode rotular-se cretyna se você é legítima???
Esse vídeo que me enviou, diz tudo o que sentimos, bem lá no fundo do nosso fundinho mais íntegro, mas...é muito mais conveniente e mais fácil acomodar-mos para não criarmos problemas maiores por aí, em nome dessa tal sociedade democrática e o que é pior, caímos de para quedas bem aqui, não é benhê!
Por que será, hein... já parou para pensar sobre isso?
Háaaa... bom seria se todos tivessemos a coragem como esse homem simples, porém grandioso em sua essência.
Aprendeu desde pequeno que temos que nos enquadrarmos em alguma coisa, para não sermos uma vergonha para a nossa família e um ridículo para a nossa sociedade.
Concordo plenamente quando ele diz, que a mídia é a maior culpada, vai ver que é por isso que já alguns anos eu não assisto televisão, e não tenho vergonha de falar não!
Muitas pessoas e minha própria família já me questionaram, como uma professora não assiste TV, para estar devidamente atualizada e bem informada?
Aí, eu respondo, quem disse que TV, é a informação de que eu preciso....
Não são essas informações, que minha alma busca, e qual tento a todo o custo poder repassá-los aos meus alunos e a todos aqueles que cruzam o meu caminho.
Até confesso, que vez por outra, ligo a TV para ver o que está passando... é só lixo, só incentivo a violência, só estímulos para consumir...consumir...consumir... querem nos transformar em robôs consumistas, como uma produção em linha, em série.
Sei!!! Como podem fazer isso, com seres tão únicos e grandiosos como nós?
Se fazem, é por que permitimos e já viramos parte consciente desta elite manipuladora, como podemos deixar isso acontecer, San... como?
Vai ver, que essa violência precoce que aparece em nossas crianças é estimulada, não somente pela mídia, e pela qual sua única função são hipnotizá-las e adequá-las ao um sistema já falido, que só valoriza o DINHEIRO, o consumo como forma de expressão e de poder, isso pra mim é verdadeiramente o que podemos chamar-mos de ante CRISTO. que ainda infelizmente reina entre nós.
E nossas crianças, nossa continuação como espécie, como ficam nisso tudo?
Nas mãos de suas famílias desestruturadas e tão educadamente robotizadas, por essa sociedade que se diz democrática, de tanto ficarem hipnotizadas em frente aos programas de TV, que para mim, não me dizem absolutamente nada, é claro...com raríssimas exceções.
Até minha mãe, não consigo falar com ela na "hora" da novela "dela", tenho que esperar a novela passar, para poder telefonar para ela, caso contrário me atende muito rapidamente, dizendo:
- Filha...estou perdendo a minha novela!
Por isso , ao ligar a TV sempre busco por um desenho animado, daqueles que me faça descontrair, que me faça rir, esquecer, desligar e perder a noção de tantas e tantas obrigações que tenho pela correria do dia a dia.
Que vida é essa? As horas estão voando, o tempo urge, será que ninguém percebe isso?
Será que ninguém, não consegue enxergar que há algo no ar, que está preste por acontecer?
Não é isso que eu sonho pra mim, quero ir embora San....embora daqui....e retornar de vez, para aquele meu mundo interior cristalino que é só meu e que tem um valor inestimável, único e precioso demais pra mim.
Depois, colocam a culpa é na EDUCAÇÃO, na escola, está certo que a escola faz parte de todo um contexto já ultrapassado, pela capacidade interior e intelectual de nossas crianças. A grande mudança, deve e tem de acontecer de cima para baixo, concordo com o homem do vídeo mais uma vez quando diz, que não são os pobres que estão errados, não!
Inventaram escravos para a nossa época, a escravidão que antes eram dos negros, agora passou a ser, de todos, sem distinsão de raça, de todos os que fazem o serviço, dos que fazem mover as coisas, daqueles que arregassam as mangas e constrói alguma coisa, dentro das suas possibilidades e habilidades.
Eu tento fazer minha parte, mas você sabe que uma andorinha sozinha não faz verão!
Mais uma vez, você foi minha musa inspiradora, minha doce e sempre tão questionadora Sandra.
Como eu te adimiro Sandra!!!
E assim, como sempre peço sua permissão em repassar esse matérial a toda minha lista de emails, e claro postá-lo também em meu BLOG, com todo o carinho e respeito que tenho por você.
Irei repassá-lo a todos em Cco, mas com uma condição, que você permita que seu nome apareça, pois a mensagem é sua, minha querida, só sua, irei apenas repassá-la... que tal você deixa???

Gostaria também de aproveitar a oportunidade e repassar um texto de Leonardo Boff, que veio de encontro ao que eu tenho trabalhado com meus alunos dos 4ºs anos e que tem tudo haver com essa mensagem que acabou de me passar. Obrigada mais uma vez, como sempre digo, nada é por mero acaso!

















A Águia e as Galinhas
Uma metáfora da condição humana

Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha.
Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar ás alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia.
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento...

- Irmãos e irmãs, meus companheiros! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acreditamos que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as nossas asas e voemos . Voemos como as águias, rumo ao céu de nossos sonhos e realizações. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

( Autor: Leonardo Boff )

A HISTÓRIA DAS COISAS




Se achar interessante continue assistindo este documentário no youtube, pois essa é apenas a 1ª das 7 partes que compõe todo o documentário, vale a pena conferir!


O texto abaixo é do próprio EDUARDO MARINHO, acompanhem sua linha de raciocínio:


Oi, Sandra.

O que senti falta, no texto da sua amiga, foi a relação de causa que temos sob nossa responsabilidade, nesta estrutura social troncha. Valores plantados em nosso inconsciente nos fazem ver e querer coisas artificialmente, de forma a alimentarmos o sistema. Quais os pensamentos e valores que nos regem as disposições da alma, as vontades, os quereres, são realmente nossos e quais são os criados e enfiados de mil maneiras inteligentes em nosso inconsciente? (Não é só a tv, são todos os meios de comunicação, explícitos e implícitos, descarados ou sub-repitícios) E, mais que desejos ou valores, quantos do medos são criados para controle de massas? O trabalho já vem longo, adquirindo cada vez mais tecnologias, envolveu muitas gerações, é muito arraigado.

Os que conseguimos enxergar temos a possibilidade de começar a arrancar de dentro de nós os valores falsos, desenvolver valores e vontades próprios, além de anti-corpos mentais contra as seduções cotidianas naturais dessa sociedade consumista e produtivista, dominada pelo mais alto empresariado do planeta (e seus homólogos e subalternos nacionais).

Não houve nenhuma queda ou retrocesso. O que há é um processo contínuo de evolução em tudo e, no que nos cabe, evolução individual e coletiva. Amai-vos uns aos outros foi uma seta indicativa do melhor caminho. Aos poucos, iremos enxergando isso, apesar do aspecto desolador da atualidade, num primeiro olhar.

Se a dor é necessária ao desenvolvimento do ser humano, é porque não alcançamos a etapa de gostar de aprender, de sentir os benefícios dessa postura aprendiz no infinito eterno (eita, palavras cheias e retumbantes). A maioria de nós está no primitivismo do usufruir, desfrutar, do cada um por si, da competição desenfreada e doentia. Colhemos, angustiados e sem entender, os frutos amargos de uma vida sem sentido. Aqueles poucos de nós que conseguem mudar sua disposição interna, são estranhados, condenados, discriminados, às vezes perseguidos, até. Mas aí se chegou numa situação em que os valores convencionais não satisfazem mais, já se desenvolveu outros valores e se está andando em outra velocidade, noutra direção e a vida passou a ter outro sentido. Isso é um privilégio e uma responsabilidade. Aliás, muito mais responsabilidade que privilégio. Somos um grupo em evolução. Os mais à frente devem luz aos de trás, na medida das oportunidades que se apresentem produtivas, como um dever moral e amoroso.

Ninguém está isento das responsabilidades sobre seus atos ou omissões. O plantio é livre, mas a colheita é obrigatória. Todos cumprem suas funções, conscientes ou inconscientes. Os inconscientes me parecem sofrer muito mais.











O que fazemos, o que pensamos, o que sentimos, o que percebemos, o que valorizamos, o que desejamos, o que recebemos, o que oferecemos, tudo é plantio, uns mais, outros menos. Colhemos o tempo todo, como plantamos o tempo todo, mas a maioria nem percebe. Não temos um mundo perfeito, mas em aperfeiçoamento, há muito trabalho há ser feito, muitos trabalhos sendo feitos, sempre houve. Quem sabe mais tem a obrigação moral de ensinar a quem quer saber. E querer saber é uma questão de inteligência, de dar algum valor à própria vida, dar sentido à existência.
A geografia do Brasil é muito linda, sim. Mas tá longe de ser a única excelência. Esse laboratório universal de raças é um cadinho de aprimoramento humano. Culturas, etnias, místicas, costumes de todos os lugares do mundo se misturam em algazarra pacífica. As centrais de violência e o terrorismo midiático aterrorizam de tal maneira que boa parte das pessoas se trancam, física, moral e afetivamente. E aí, estamos meio cegos pras realidades que nos cercam e caímos no conto da mídia. Procuramos culpas e penalidades, negamos nossa própria responsabilidade. São tantas experiências de vida rolando, tantas situações fortes, muitos e muitos milhões de acontecimentos ao mesmo tempo, difícil se sentir parte integrante desse todo, mais fácil se isolar em pequenos grupos. Mais estimulado. Mais recomendável. Mais chato. E mais frustrante.

Quanto à "autorização", qualquer coisa que eu tenha feito está disponível pra qualquer uso cujo objetivo seja esclarecer, causar reflexão, conscientizar, chamar ao aprendizado... qualquer uso construtivo é bom. Não uso direitos autorais.
( EDUARDO MARINHO )


Créditos: EDUARDO MARINHO - O protagonista do vídeo e dos textos acima

Por: Sandra Salvi e Lisa Teixeira
Maio / 2010