Como consequência de nossas experiências de vida muito podemos aprender e
muito, provavelmente nunca aprenderemos, apesar delas. O aprendizado
tem seu peso estabelecido à medida que nelas nos aprofundamos.
Alguns horizontes que se revelam em nossa existência, por vezes, devem
ser apenas admirados. Por mais ardente que seja em nós a vontade de
explorar todas as nuances que neles vislumbramos, incorremos na
possibilidade de não distinguirmos suas verdadeiras cores e, tomados por
desordem visual, encontrarmos uma paisagem desfigurada.
Alguns caminhos são tão longos e exaustivos e ao percorre-los
incessantemente, aprendemos a conhecer, em razão disso, cada pendor que
deles faça parte. Conseguimos, em certo ponto da caminhada, visualizar
todos os detalhes que eles carregam e sabemos que, necessariamente,
acabaremos por experimenta-los se neles continuarmos.
Algumas lições nos são inculcadas da forma mais difícil, às custas de
muita dor e lágrimas; outras, em sentido contrário, aprendemos com toda
placidez, como a leveza de uma folha que pelo vento é carregada até que
chegue, langorosa, ao chão. De uma ou de outra, há que se haver algum
proveito que, ao longo do tempo nos traga mais discernimento.
Outros caminhos são repletos de delícias e sabores, oferecidos sem
nenhum ônus, no decorrer deles. Ao prova-los, abre-se diante de nós um
novo mundo, e como crianças saímos saltitantes a examinar e descobrir
cada pormenor que nos encanta. Confiamos a eles tudo o que somos, sem
medos, tão somente por causa da inocência inerente às crianças que
sempre acreditam no que, com doçura, lhes é revelado. Esse estado pueril
de alma, independe de tempo de vivências, podemos atingi-lo em qualquer
época da vida.
Para todas as direções de vida as quais experimentei, alguns
ensinamentos ficaram guardados em cantinhos bem especiais dentro de mim.
Sei que a muitos, pouco interessa meus aprendizados, no entanto, aqui
os revelo, não com intenção de ensinar algo, mas apenas para repeti-los
nas palavras registradas no papel, e nesse processo, com um coração
quebrantado, tentar reaviva-los dentro de mim.:
- cada um de nós deveria descobrir mais de si mesmo, com honestidade e
sinceridade, sem receio das prováveis decepções que possamos sofrer com
esse conhecimento, e, independente do resultado, conseguirmos amar-nos;
- nem sempre colheremos onde plantamos, e talvez nunca venhamos a colher;
- nosso ego não deve ser esquecido, mas, menos ainda, superestimado, o perigo o ladeia, sempre;
- repartir sempre enaltece nosso espírito, por mais que sejamos maus;
- nunca conseguiremos obedecer o ideal, nossas paixões quase
sempre prevalecem, e quando não, amargamos frustrações para toda vida;
- honra é algo que devemos atribuir, nunca buscar;
- honestidade produz compensação, ainda que nunca seja reconhecida;
- toda moral subjaz aos valores que nos são ensinados, por conseguinte é totalmente variável;
- entregas, dor e solidão se intensificam ou amenizam à medida em que a elas nos entregamos.
- intimidade, seja ela qual for, deve ser tratada com polidez,
afabilidade e reserva, e ao compartilha-la devemos estar sempre cientes
de tudo e todos os envolvidos e que há um preço, muito alto, a se pagar e
que nem sempre conseguiremos.
Há tanto ainda a transbordar em meu coração e mente que poderia elencar,
mas por aqui fico, não me pergunte por que, apenas me perdoe por ainda
estar aprendendo.
Cris Campos
Fonte: http://aparteeotododemim.blogspot.com.br/
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Lisa Teixeira
Maio / 2012
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