Uma equipe de astrônomos observou recentemente um fenômeno belo e, ao mesmo tempo, assustador: uma explosão solar forte o suficiente para arrancar quase toda a atmosfera de um planeta.
 Calma,  amigo leitor, isso tudo aconteceu bem longe daqui, fora do nosso sistema  solar. A “vítima” foi o planeta HD 189733b, que, como a boa e velha  Terra, tem um céu azul – mas as semelhanças param por aí. Ele se parece  mais com Júpiter: é um gigantesco planeta gasoso, e fica extremamente  próximo de seu “sol” (que é menor que o nosso, mas causa efeitos  fortíssimos justamente por sua proximidade).
  “Nós não  apenas confirmamos que as atmosferas de certos planetas evaporam”,  explica o astrônomo Alain Lecavelier des Etangs, líder da equipe, “nós  vimos que as condições físicas desse fenômeno variam. Ninguém havia  feito isso antes”.
 Raios-X, os destruidores de atmosferas
 No final  de 2011, Lecavelier e sua equipe observaram uma explosão de gás  atmosférico no planeta, expelido em grande quantidade (cerca de 1.000  toneladas por segundo).
  Apesar das  temperaturas extremas do planeta (acima de 1.000˚C), sua atmosfera não é  quente o bastante para evaporar. O que causou o fenômeno, sugerem os  pesquisadores, foi uma intensa onda de radiação de raios-X e  ultravioleta emitida pelo seu “sol”, 20 vezes maior do que as ondas  emitidas pelo nosso.
  Os raios-X  têm energia o suficiente para aquecer o gás atmosférico a dezenas de  milhares de graus, tornando-o quente o bastante escapar da gravidade do  planeta gigante. É algo parecido com o que acontece (embora em escala  muito menor) quando uma tempestade solar atinge a Terra e interfere nos nossos sistemas de telecomunicação.
  Apesar dos  resultados animadores, a equipe diz que serão necessários mais estudos  para saber exatamente o que levou a atmosfera do planeta a evaporar
 Fonte: HyperScience
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Lisa Teixeira
Julho / 2012

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