Julie Redstone
Há uma necessidade, especialmente em momentos de grande dificuldade ou angústia, ter disponível um meio espiritual de se ancorar em uma maior identidade, de modo que os desafios do tempo possam ser gerenciados a partir de um espaço interior.
Este ponto de apoio espiritual não é uma técnica, tanto quanto é uma forma de entrar em contato com uma sabedoria interior de que tudo está contido em Deus, incluindo as circunstâncias que são difíceis. Esta compreensão faz a diferença entre se mover através de um tempo de angústia com uma sensação de ser acolhido e guiado, versus mover-se através do mesmo terreno com um sentimento de estar sozinho.
Muitas almas experienciaram um sentimento de solidão ao longo das existências, devido às energias de separação que influenciaram ativamente a consciência, bem como a natureza do corpo físico que cria, através da estrutura do cérebro, a experiência das coisas como separadas umas das outras. A sabedoria interior de que tudo está contido em Deus, inverte este isolamento. Ela permite que o eu exterior se una ao eu interior, para saber e sentir que não importa qual seja a dificuldade, o ser interior está seguro e protegido como estão aquele que pertence aos seus entes queridos. O problema de localizar tal ponto de apoio espiritual está na disposição de buscar uma compreensão mais profunda dos eventos do que aparece superficialmente. Isto é frequentemente difícil de fazer para o eu encarnado, porque o corpo, que contém tanto a atividade mental quanto as emoções, pode experienciar a dor com tal intensidade que parece que apenas a dor é real, ao invés de que somente Deus é real. A interpretação da consciência da perspectiva externa para a interna, com uma prioridade sendo dada à realidade interna, pode dissipar o apego exclusivo da realidade física à consciência, até mesmo quando surgem situações dolorosas. Ela pode transferir o centro da consciência para um espaço mais profundo dentro do ser, onde a esperança e a confiança no futuro permanecem. Este é o desafio do momento presente, e isto envolve a disposição de se reconhecer antes de tudo como uma alma criada por Deus, e em segundo lugar, com a habilidade de manter este reconhecimento como a mais pura verdade, até quando circunstâncias dolorosas rodeiam o eu exterior. Manter a realidade de si mesmo como uma alma, é possível, até na presença das dificuldades, se sentir mantido pela matriz espiritual na qual vive a alma – o ar e a respiração que Deus infunde em cada aspecto da vida, incluindo o físico. Esta capacidade de participar do sopro divino cria algo mais, até de situações dolorosas. Permite que o eu exterior se sinta apoiado pelo maior contexto que a consciência mantém.
A ilusão da realidade externa é de que ela é tudo o que existe. O papel da ancoragem espiritual é dissipar esta ilusão e criar a consciência de que Deus é Tudo O Que É, mesmo na presença da dor, mesmo na presença da dificuldade.
A ancoragem como uma técnica pode ser praticada de muitas maneiras: através da respiração, através da meditação ou da prece, através do uso de ferramentas de cura. De qualquer maneira com que se sintam confortáveis, a ancoragem apóia o processo de mudança do eu exterior para o eu interior, da dor da situação externa para a paz da alma. Permite também que a consciência individual se separe mais plenamente de qualquer interpretação que a opinião coletiva coloque em uma situação, permitindo que a verdade interior adquira o poder.
Esta é a natureza da ancoragem, e em momentos de angústia ela precisa ser praticada com maior determinação e frequência. Tal prática permite a bênção da orientação Divina e a ajuda a fluir mais livremente na consciência e no ser, criando maior facilidade e mostrando o caminho através até de situações que pareçam intransponíveis.
Bênçãos.
Oração meditativa:
Que me possa ser mostrado o caminho através desta situação, amado Deus. Que o caminho seja seguro. Que a minha alma transmita a minha mente e ao meu coração, aquilo que irá mostrar o caminho.
Tradução: Regina Drumond - reginamadrumond@yahoo.com.br
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Por: Lisa Teixeira
Setembro / 2011
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