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domingo, 14 de junho de 2015

AUTISMO NA VISÃO ESPÍRITA


Explica Carlos Baccelli: A lição que passaremos hoje para o papel, não ocorreu propriamente à sombra do frondoso abacateiro onde, habitualmente, Chico Xavier realiza o culto evangélico, em pleno coração da Natureza. O que iremos narrar, tão fielmente quanto possível, ouvimos num sábado à noite “Grupo Espírita da Prece”, logo após o contato fraterno com os irmãos que residem nas imediações da Mata do Carrinho, o novo local onde as nossas reuniões vespertinas estão sendo realizadas.

Um casal aproximou-se ao Chico, o pai sustentando uma criança de ano e meio nos braços, acompanhando por distinto medico espírita de Uberaba. A mãe permaneceu a meia distância, em mutismo total, embora com alguma aflição no semblante. O médico, adiantando-se, explicou o caso ao Chico: a criança, desde que nasceu, sofre sucessivas convulsões, tendo que ficar sob o controle de medicamento, permanecendo dormindo a maior parte do tempo, em consequência, mal consegue engatinhar e não fala. Após dialogarem durante alguns minutos.

O Chico perguntou ao nosso confrade a que diagnostico havia chegado. - Para mim, trata-se de um caso de autismo – respondeu ele. O Chico disse que o diagnostico lhe parecia bastante acertado, mas que convinha diminuir o anticonvulsivos mesmo que tal medida, a principio, intensificasse os ataques. Explicou, detalhadamente, as contra indicações do medicamento no organismo infantil. Recomendou passes. - Vamos orar- concluiu. O casal saiu visivelmente mais confortado, mas, segurando o braço do médico nosso confrade.

Chico Explicou a todos que estavamos ali mais próximos: - “o autismo”, é um caso muito sério, podendo ser considerado uma verdadeira calamidade. Tanto envolve crianças quanto adultos... Os médiuns também , por vezes, principalmente os solteiros sofrem desse mal, pois que vivem sintonizados com o mundo espiritual, desinteressando-se da Terra. É preciso que alguma coisa nos prenda no mundo, porque, senão, perdemos a vontade de permanecer no corpo...”.

E Chico exemplificou com ele mesmo: -Vejam bem: o que é que me interessa na Terra? A não ser a tarefa mediúnica, nada mais. Dinheiro, eu só quero o necessário para sobreviver casa, eu não tenho o que fazer com mais de uma... Então, eu procuro me interessar pelos meus gatos e meus cachorros. Quando um adoece ou morre, eu choro muito, porque se eu não me ligar em alguma coisa eu deixo vocês... Ele ainda considerou que, muitos casos de suicídios têm as suas raízes no “autismo”, porque a pessoa vai perdendo o interesse pela vida. Inconscientemente deseja retornar à Pátria Espiritual, e para se libertar do corpo, que considera uma verdadeira prisão, força as portas de saída...

E o Chico falou ao médico: - È preciso que os pais dessa criança conversem muito com ela, principalmente a mãe. È necessário chamar o espírito para o corpo. Se não agirmos assim, muitos espíritos não permanecerão na carne, porque a reencarnação para eles é muito dolorosa. Evidentemente que não conseguimos registrar tudo, mas a essência do assunto é o que está exposto aqui. E ficamos a meditar na complexidade dos problemas humanos e na sabedoria de Chico Xavier. Quando ele falava de si, ilustrando a questão do “autismo”, sentimo-lo como um pássaro de luz encarcerado numa gaiola de ferro, renunciando à paz da grande floresta para entoar canções de imortalidade aos que caíram, invigilantes, no visgo do orgulho ou no alçapão da perturbação.

Nesta noite, sem dúvida, compreendemos melhor Chico Xavier e o admiramos ainda mais. De fato, pensando bem, o que é que pode interessar na Terra, a não ser o trabalho missionário em nome do Senhor, ao Espírito que já não pertence mais à sua faixa evolutiva? O espírito daquela criança sacudia o corpo que convulsionava, na ânsia de libertar-se...

Sem dúvida, era preciso convencer o Espírito a ficar. Tentar dizer-lhe que a Terra não é cruel assim...
Que precisamos trabalhar pela melhoria do homem. Fonte: Chico Xavier, à sombra do abacateiro/ Carlos Antonio Baccelli- São Paulo: Instituto Divulgação Editora André Luiz, 1986, pag. 8. 





OBSERVAÇÃO DE DIVALDO FRANCO: Precisamos considerar que “somos herdeiros dos próprios atos”. Em cada encarnação adicionamos conquistas ou prejuízos a nossa contabilidade evolutiva e, em determinados momentos, ao contrairmos débitos mais sérios, reencarnamos para ressarci-los sob a injunção dolorosa de fenômenos expiatórios, tais os estados esquizóides e suas manifestações várias. Dentre eles, um dos mais cruéis é o AUTISMO.

No fenômeno do autismo estamos diante de um ex-suicida a qual, desejando fugir à responsabilidade dos delitos cometidos, envereda pela porta falsa da autodestruição. Posteriormente, reencarna com o drama na consciência por não ter conseguido libertar-se deles. São, também, os criminosos não justiçados pelas leis humanas ou Espíritos que dissimularam muito bem suas tragédias.

Assim, retornam à Terra escondendo-se da consciência nas várias patologias dos fenômenos esquizofrênicos. Os pais devem esperar a criança dormir e conversar com ela. Pois a conversa é captada pelo inconsciente (Espírito). Fale devagar, pausadamente: Estamos contentes por você estar entre nós; Você tem muito que fazer na Terra; você vai ser feliz nesta vida; Nós te amamos muito; etc.

















Fontes:   https://www.youtube.com/watch?v=OvFNiFQuGPA
               https://www.youtube.com/watch?v=nhy8UaKw2wM
               https://www.youtube.com/watch?v=80v4PQZ6JLE






Lisa Teixeira

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Junho / 2015

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