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sábado, 8 de setembro de 2012

Entre o Bem e o Mal - Nos Abismos do Despertar


Fotografia: Letícia Teixeira


Entre o Bem e o Mal

Nos Abismos do Despertar


Escolhi este assunto delicado e um tanto difuso numa perspectiva de 3D de propósito, porque quero estudar, ir um pouco mais além, para entender melhor o que se passa com uma pessoa no exato momento de se fazer uma escolha entre o bem e o mal e por meio dessas escolhas e de caminhos percorridos, o que a leva a "Despertar".

Tudo bem, há de se saber que isso é até relativo, pois o que pode ser BOM para um, pode não ser para um outro e vice-versa, mas lá no fundo, bem no fundo, o que nos restará diante de uma escolha feita, será sempre o confronto direto com a nossa consciência, que nada mais é, que a ponte mais estreita que nos liga a FONTE .

Bem ... ao meu ver, acredito que não daria para falar sobre o "BEM ou o MAl", sem relacioná-los à "ALMA" e ao "EGO".

Ego é tudo o que nos obriga a esconder a nossa pureza, a nossa inocência, a nossa bondade, o amor que temos por nós e pelos outros, é o que nos impede de viver apenas o presente e de ver esse momento presente como um momento sagrado que é e não viver os medos do passado ou as ansiedades do futuro. É o que nos impede a vivência da pura alegria e felicidade, do bem estar incondicional e da aceitação total de todas as diferentes experiências da matéria. O Ego é sempre a reação, a repetição, a não evolução, a não mudança, é o controle sobre tudo e sobre todos. É aquela parte de nós que resiste às mudanças, que não abdica da razão e que faz tudo para manter a sua zona de conforto e do seu controle em plena segurança.
A alma é o princípio espiritual do homem, por oposição ao corpo.
Aquilo que lhe é mais valioso, o que habita na profundeza do espírito, sua qualidade moral, sua integridade, sua consciência, caráter, sentimento, a grandeza do SER , a conexão ou a ligação com a fonte.

Para a ciência o hemisfério esquerdo nos remete a identificação com o ego. Somos nós independentes dos outros sem qualquer elo energético, ilusoriamente auto-suficientes e independentes e como tal, desligados de tudo, de todos, do Todo. Todo o esforço é pouco para manter intacta a imagem e respectiva sensação de ser o melhor, para chamar à atenção. Há uma necessidade enorme do "outro" exterior, pois é através dele que eu consigo ser grande. Tudo se passa à volta de manter um pedestal e torná-lo o mais alto possível. Mas esse pedestal é frágil e muito solitário.

Ao ver-se e sentir-se cada vez mais sozinho, as emoções de solidão e medo começam a tomar conta. Medo que algo ou de que alguém possa abalar esse pequeno ser frágil no meio de um mundo gigante e aparentemente caótico. O instinto de defesa, segurança, proteção, passam a ser desmedidos. Por termos consciência da fragilidade do nosso ser, colocamos máscaras que simulam uma falsa força, independência, autosustentação, segurança. Tudo e todos passam a ser uma ameaça vistos como pequenos reinos espalhados pelo mundo, cada um a fazer de tudo para defender o seu castelo. Só o tempo o fará perceber o quanto esse castelo é solitário, frágil e em última instância, ridículo.

Visto de cima, todos estão num mesmo planeta. O ego insiste em criar fronteiras, defesas, a alma não vê as fronteiras e cuida de tudo e todos, como se de um jardim comum se tratasse. Controlar e manipular são as palavras de ordem do ego.
A alma é isso, é o que nos faz sentir, é o que nos intui, o que nos da a sensação de pertencer à família humana, lembra-nos continuamente da importância de amar incondicionalmente, de perdoar, de sentir. Faz-nos observar a magia que vem da fragilidade, da humildade e propõem-nos assumir a responsabilidade por tudo o que nos acontece. É ela que nos inspira a desistir, a ceder, a pedir desculpa, a abdicar de ter razão. A alma não tem problemas em se mostrar frágil, vulnerável, humilde. Ela sabe que sem estas características, ela se perde facilmente, e ela não se quer perder. É ela que sabe tão bem encolher os ombros quando desiste de lutar, pois sabe que a luta apenas trás sofrimento. Dá-nos também a sensação da existência de algo maior do que nós, e dessa conclusão e respectivo sentimento, surge a reverencia por esse algo superior.

A Alma faz-nos sentir bem quando queremos acreditar que tudo faz sentido mesmo que não aparente e quando tudo parece caótico. Ela sabe ler a linguagem do mundo como diz Paulo Coelho, e é nessa linguagem que a vida nos mostra o nosso percurso. Faz-nos acreditar e lembrar que a nossa vida tem um propósito divino. Vivemos o descanso, a paz, a aceitação, a tranquilidade de que, o que quer que estejamos a passar, faz parte de um projeto maior, nem sempre entendido mas tantas vezes sentido. Sentimos que alguém está a tomar conta de nós. Sentimos também claramente os laços que nos ligam uns aos outros e tomamos consciência do diferente papel que cada um tem na nossa vida. É ela que sabe ler nas entrelinhas e consegue a proeza de ler um olhar. Por se manifestar no hemisfério direito ela nos da a capacidade de sermos criativos e de criarmos belas obras de arte que só uma alma consegue sentir, decifrar, compreender. É através da alma que manifestamos a humildade. Fluir e aceitar, são palavras de ordem.

Para mim o grande desafio da vida é a tomada de consciência destas duas energias em nós e de tudo o que elas nos faz sentir. Seja a facilidade em sentir as energias e estados de espírito dos outros, seja a arrogância e a incapacidade de nos fragilizarmos perante os outros, o desafio é reconhecer e aceitar as duas em nós e fazermos as pazes com elas. Mas para isso é preciso Despertar.

Falar em Despertar, implica que existe à partida um estado de adormecimento, um estado de não atento, de não consciente e logo de não escolha. É ainda o estado do ego. Quando Despertamos dá-se o acordar para a nossa verdadeira realidade divina, energética e espiritual. E não deixa de ser curioso que não existe povo, raça, ser humano que não sinta mais cedo ou mais tarde um apelo mais profundo por algo superior. Até os céticos, não estão mais do que a fugir a algum tipo de memoria de uma ligação complicada, dolorosa ou frustrada com o Divino.

Diz a sabedoria antiga que tudo o que chega a um limite, vira no seu contrario. Vivemos num mundo dual e por isso tanto a tristeza como a felicidade tem que coexistir. A verdadeira felicidade é o equilíbrio das duas e não a rejeição do negativo e a busca frenética pelo positivo que no fundo é o que vivemos hoje, nas sociedades ditas avançadas.
Acredito que começamos por viver numa escada descendente, em que nos distanciamos cada vez mais da nossa alma e do céu, em que o objetivo principal é "sobreviver". É a sobrevivência do ego é a luta, o confronto, a resistência em querer sempre mais, seja a que custo for. Por ser simbolicamente uma escada descendente, ela aparentemente é fácil, mas também nos distancia cada vez mais do Divino.

São as experiências da matéria, as vivências emocionais mais densas. Por não ter ainda a experiencia da sensibilidade, da humildade, da empatia, o relacionamento com a vida e especialmente com os outros é violento, agressivo e por isso é também o caminho das perdas, uma maneira sutil do céu nos dizer que não é por ali, que não é assim.
São as perdas que nos fazem parar, questionar e em casos extremos, olhar para o céu em busca de resposta, de ajuda.
Em busca da re-li-ga-ção.

Quando a identificação com a matéria e o ego é total ou exagerada ao ponto da pessoa perder o contacto com as suas emoções, com a sua capacidade de amar ou com a sua dificuldade em fragilizar, a Vida propõem-nos vivências a que chamamos perdas, mas que não são mais do que oportunidades disfarçadas de nos reconectarmos com a nossa essência divina e com as nossas emoções. O célebre ditado “Há males que vem por bem” é apenas a velha sabedoria a resumir este conceito. Começa então a viver na escada ascendente, rumo a algo superior, mais íngreme, mais difícil mas muito mais recompensador.

O Despertar não é mais do que a tomada de consciência de que todas as vivencias que passamos, fazem parte de uma evolução espiritual que está a acontecer em simultâneo com as nossa vidas terrenas. É a aceitação incondicional de tudo o que atraímos como fundamental na nossa evolução. É observar o observador, dar um passo atrás, ver a nós próprios e tomar consciência do papel que estamos a desempenhar. É a capacidade de observar que não somos vários, que somos um. Um, porque partilhamos os mesmos medos, os mesmos anseios, as mesmas emoções.

exemplo:

Na nossa vida terrena todos fazemos um percurso idêntico; nascemos, aprendemos, namoramos, casamos, temos filhos, trabalhamos, etc. No nosso percurso espiritual passa-se algo idêntico mas num nível interior; fazemos as experiencias das várias emoções, sejam elas positivas ou negativas, fazemos a experiência do ego e normalmente mais tarde a da alma. A matéria só serve para ir buscar sensações, emoções que depois irão ser alquimizadas dentro de nós. Infelizmente não fomos ensinados a fazer esta ligação e acabamos envolvidos na matéria e a rejeitar todo o lado emocional, intuitivo e sensível.

Por isso o Despertar é a distância que nos permite observar este fenômeno. Que nos permite tirar sempre uma lição das experiências vividas, que nos permite observar a tal evolução a acontecer. Despertar é também a consciência de que somos seres autónomos dentro do Todo, com a responsabilidade por nós próprios, que temos o poder da escolha, de agir de acordo com aquilo que somos e que acreditamos, do que sentimos, sem deixar que os outros ou a matéria nos desviem do nosso caminho, e, confiando que levar a cabo estas escolhas conscientes, é o caminho da abundância, mesmo que na matéria tudo indique o contrario.
Este Despertar pode acontecer por um transito astrológico, por uma perda, por influência de alguém que está na nossa vida, exatamente com esse propósito espiritual ou simplesmente por um apelo interior em buscar sentido para a Vida

É um pouco como os jogos de playstation, quando estamos muito envolvidos com o jogo, trememos a sentir medo do “monstro” que aparece, ou podemos pular de alegria porque passamos de nível, mas quando o jogo acaba, aquele medo e aquela alegria não são a nossa realidade e nós sabemos muito bem separar isso. Neste caso, Despertar é voltar ao nosso “verdadeiro” EU, que não é o boneco do jogo.
Quantos de nós já não sentiram vontade de fugir, desaparecer, evaporar quando os problemas apertam, as dificuldades aumentam, as perdas surgem?

Muitas vezes as emoções que advêm destas situações são tão fortes que parecem insuportáveis. E são, embora a verdadeira dor tenha mais a ver com a resistência a estas mesmas situações do que aquilo que elas próprias provocam. A dor surge pela identificação do Ego com os problemas ou desafios. A Alma limita-se a aceitar tudo o que vem como aprendizado, proposta de evolução e ligação Kármica com a situação e todos os envolvidos. Ela limita-se a procurar o que está por trás do acontecimento, a lição, o Ego luta contra o acontecimento. E o acontecimento vai-se repetindo enquanto a aprendizagem por trás desse acontecimento não acontecer. E por isso nos vemos tantas e tantas vezes encalhados nas mesmas situações, com o mesmo tipo de pessoas. Assim que a aprendizagem ocorre, é acompanhada da respectiva limpeza emocional, ou seja, a densidade acumulada é transformada e o acontecimento exterior já não tem razão de existir e “magicamente” desaparece.

Não é muito difícil então de perceber qual a energia predominante no mundo, nos relacionamentos sociais, profissionais, políticos ou mesmo familiares. E também não é muito difícil de imaginar o que será este planeta quando todos conseguirmos vibrar pela alma ou que tipo de adultos teremos um dia se as nossas crianças forem educadas a saber identificar os seus egos, a honrarem as suas emoções e a assumir a responsabilidade por tudo o que lhes acontece sem jamais recorrer à culpa, ao julgamento ou à cobrança?

Quando despertamos, custa-nos acreditar como andamos cegos durante tanto tempo, como escolhemos a violência em vez do amor em tantas e tantas situações, como todas as situações que passamos eram apenas testes à nossa capacidade de amar e por não sabermos ou acreditarmos nisto, os fomos chumbando, uns atrás dos outros.
Depois de alguns trânsitos fortes na nossa vida, começamos a perceber que esta ligação à alma, este despertar para a nossa essência divina e a paz que daí advém, é a grande aventura da nossa vida e que sem isso, nada faz sentido. Mas para isso o Ego tem que morrer.
Tem que se dar ao Despertar.

Escolhi o vídeo abaixo, porque em toda a sua abordagem, apesar de " chocante", léva-nos à uma reflexão sobre os dilemas das nossas escolhas e o "arduo" caminho rumo ao Despertar.
Espero de coração aberto e confiante, de que com a ajuda deste vídeo, das reflexões e das citações abaixo, todos que passarem por aqui, possam compreender o "teor" da mensagem que eu gostaria de transmitir.





O BEM E O MAL


( Trechos do TCC de Letícia Teixeira ) - Entre o Bem e o Mal
Bacharelado em fotografia - SENAC


O bem e o mal estão misturados neste mundo e se manifestam de várias formas. A felicidade e a infelicidade, a comédia e a tragédia, a guerra e a paz estão, para nós, sempre referenciadas no bem e no mal. O bem e o mal são os dois lados de uma mesma balança.

Segundo Bauman, (1997, p. 16) as frases "Os seres humanos são essencialmente bons, e apenas precisam de ajuda para agir segundo a natureza", e "Os humanos são essencialmente maus, e devem ser prevenidos de agir segundo seus impulsos.", são frases equivocadas, pois o ser humano tem ambos os lados em sua essência.

‘’Precisamos aprender a viver sem essas garantias e conscientes de que nunca se ofereceram essas garantias - de que uma sociedade perfeita, assim como um ser humano perfeito, não é perspectiva viável, ao passo que tentativas de provar ao contrario acabam sendo mais crueldade que humanidade e certamente menos moralidade.’’ (BAUMAN, 1997, p. 16)

Segundo Meishu Sama, o homem bom acredita no invisível, é um alguém espiritualista, quando se pratica o bem, seus pensamentos emanam amor, justiça, misericórdia, empatia, um amor à humanidade. Não desperdiçar coisas, agir com simplicidade são manifestações do bem.

O homem mal não se importa se o que ele deseja possa ferir outras pessoas, age de forma egoísta, omite e mente, manipula e prejudica os outros sem pensar no bem comum, tem pensamentos destrutivos, faz guerras, a guerra é um sinônimo do mal, da destruição. Seguir lemas como "A razão está com quem detém o poder" ou "O fim justificam os meios.".

"Muitas vezes, uma pessoa que cometeu um delito acaba por denunciar-se a si própria. E não raro, ao ver-se presa e condenada, fica até contente, sentindo-se aliviada. Isto acontece porque a alma, dada por Deus, foi repreendida por Deus. Porque a alma se comunica com a divindade através do fio espiritual. Portanto, quando um homem pratica o mal, mesmo que iluda perfeitamente os olhos dos outros, não consegue iludir-se a si mesmo. Através do fio espiritual que liga o homem à divindade, Deus conhece detalhadamente todos os atos do ser humano. Todas as coisas que o homem pratica ficam registradas no Livro de Yama. (O Senhor de Hades, o Rei do Inferno)." (SAMA, Meishu, s/d, s/p)

Geralmente as pessoas denominadas “boas” são vangloriadas, enquanto as pessoas "ruins", ou em outras palavras, os "rebeldes", pessoas desordeiras, agitadas são denegridas e deixadas de lado.

Muitas vezes ouvimos dizer que se Deus existisse o mal não existiria, porém acredita-se que Deus é o TUDO, sendo assim Deus é o bem e o mal.

"Parece bastante estranho esse conceito porque não estamos acostumados a ver essa Entidade, se é que podemos chamá-la assim, como sendo ambivalente, ou bipolar. Parece presunção afirmar algo sobre Sua Natureza, mas podemos chegar a certas premissas, como já foi explicado no Hermetismo – Ele(a) é o Todo." (MAZZON, Tiago, 2012, s/p)

Tudo aquilo que cria, que une, que da suporte, que provê, que gera é visto como "o bem". O mal é associado com tudo aquilo que desgraça, que destrói, que fere, com a doença, com a guerra, com o pecado, morte, tristeza, pobreza, miséria e vícios.

"O “Bem” e o “Mal”, do modo como estão sendo apresentados aqui são, por si próprios, forças divinas. Eles atuam igualmente, em todos os níveis e em todas as esferas, como agentes balanceadores e indicadores. Se só houvesse Criação, tudo estaria em excesso, desde os Reinos mais básicos até os mais complexos. Minerais, Vegetais, Animais. Montanhas imensas, rios e mares dominando e invadindo tudo. Sistemas Solares repletos de planetas chocando-se uns nos outros. Sóis e mais sóis, gerando energia demasiada, grandes tempestades cósmicas e SuperNovas ocorrendo a cada segundo. Em todos os níveis, uma superpopulação. Tudo acabaria soterrado, aglomerado, “entulhado”, por assim dizer, se não houvesse a ação controladora da Destruição." (MAZZON, Tiago, 2012, s/p)


Está em tuas mãos, a decisão perene por suas escolhas.

Escolhas feitas pelo seu livre-arbítrio.
No ser humano, assim como em tudo que se manifesta na 3ª D, há sempre
a polaridade entre a Luz e a Sombra.

Uma não pode coexistir sem a outra, mas a escolha é sempre nossa e a colheita consciente ou não dessas escolhas, pertence única e exclusivamente a nós mesmos!

Estamos aqui para dar alguns passos rumo à nossa evolução e não levaremos
conosco mais nada, além das tórridas lembranças de nossos atos e as consequências dessas escolhas feitas.

O único que estará contigo pela eternidade afora, será sempre você mesmo.

E é você que prosseguirá fime, no caminho que suas escolhas o levarem!!!



Lisa Teixeira



Créditos: Trabalho de Conclusão de Curso - Bacharelado em fotografia - SENAC
Trechos do TCC de Letícia Teixeira com o tema: Entre o Bem e o Mal
Fotografia: Letícia Teixeira

Reflexões de Lisa Teixeira




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Lisa Teixeira
Setembro / 2012



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