Universo visto no comprimento de onda dos raios gama nos níveis de energia entre 10 e 100 bilhões de eletrons-volt.
Além do âmbito da visão humana há um  espectro eletromagnético inteiro de fascinação. Cada ti de luz, desde  as ondas de rádio até os raios gama, revela algo único sobre o Universo.  Alguns comprimentos de onda são melhores para estudar os buracos  negros, outros podem revelar estrelas recém-nascidas e planetas enquanto  outros nos mostram os primeiros anos da história cósmica.
Para pesquisar esse universo de possibilidades são usados os mais  diversos tipos de telescópios, capazes de vasculhar de ponta a ponta  todo o espectro eletromagnético. Um desses instrumentos é o Telescópio  Espacial Fermi, que opera no comprimento dos raios gama e que acaba de  cruzar uma nova fronteira espectral.
  "Fermi está registrando fótons "malucos", altamente energéticos", disse o  astrofísico Dave Thompson, ligado ao Goddard Space Center, da Nasa.  "Ele está detectando tantos deles que nos possibilitou criar esse mapa,  que mostra todo o céu a partir do limite das energias muito altas, na  região entre 10 e 100 bilhões de eletrons-volt", disse o cientista.
  
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  Duas bolhas de Fermi se expandem no centro da via Láctea
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  Para que o leitor tenha ideia da magnitude  do que foi registrado, a energia que nossos olhos veem consiste de  fótons de cerca de 2 a 3 de elétron-volts. Deste modo, a energia mapeada  pelo telescópio Fermi é bilhões de vezes mais intensas, algumas delas  com cerca de 300 bilhões de eletrons-volt.
  Ao contrário dos telescópios óticos convencionais, os fótons de raios  gama são tão energéticos que não podem ser guiados por espelhos ou  lentes. Em vez disso o telescópio Fermi utiliza sensores que são mais  parecidos como um contador Geiger. Se pudéssemos "ver" a energia que  chega até os sensores, testemunharíamos poderosas balas de energia  disparadas há milhões ou bilhões de anos-luz de distância, provenientes  de buracos negros supermassivos ou explosões hipernovas. O céu seria um  frenesi de atividade.
  Antes de o telescópio ser lançado, em junho de 2008, havia apenas quatro  fontes celestes conhecidas de fótons nesta faixa de energia. "Em 3 anos  Fermi descobriu quase 500 a mais", disse Thompson.
  
  
Mistério
  Apesar da descoberta das emissões, a origem de cada uma delas ainda é um  mistério. Segundo Thompson, cerca de um terço das novas fontes  catalogadas não pode ser claramente associada a qualquer tipo conhecido  de objeto que produz raios gama. "Nós não temos ideia de onde partem  essas emissões", disse Thompson.
 As outras fontes, no entanto, são conhecidas e têm algo em comum: a  brutal energia. Entre elas estão os buracos negros supermassivos,  chamados blazares, os restos de explosões de supernovas ou estrelas de  nêutrons em rápida rotação, conhecidos como pulsares.
  Alguns dos raios gama parecem vir das "Bolhas de Fermi" - estruturas  gigantes que emanam do centro da Via Láctea e que abrange cerca de 20  mil anos-luz acima e abaixo do plano galáctico. Até agora, a formação  dessas bolhas é um verdadeiro mistério, mas que poderá começar a ser  revelado com o estudo do novo mapa.
  "Nos próximos anos, Fermi deverá revelar algo novo sobre todos esses  fenômenos, o que os forma e porque eles geram esses níveis de energia  verdadeiramente sobrenaturais", disse David Paneque, um dos principais  estudiosos do fenômeno junto ao Instituto Max Planck, na Alemanha.
Fonte: http://2012profeciasdofimdomundo.blogspot.com.br
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Lisa Teixeira
http://muraldecristal.blogspot.com
Março / 2012
 
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