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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

AS MULHERES DENTRO DA ESPIRITUALIDADE NOVA ERA


Queremos a Mulher, Senhora de si e não Dona de nada…
“Avatares, pregadores, profetas, gurus e budas são todos masculinos”...(…)

Há quem pense que a "espiritualidade", só por si, pode trazer à mulher a libertação,
mas quanto a mim isso não acontecerá se a mulher não se encontrar primeiro a ela mesma, e esse “ela mesma” não se refere ao mesmo propósito do homem quando procura ele também a sua essência, e isso confunde ambos. O que acontece é que a mulher viveu um apagão histórico, cultural e anímico e até físico, enquanto que o homem sempre conviveu naturalmente com o seu potencial embora afastado do seu lado feminino por não ter na mulher o seu espelho-reflexo. Obviamente saiu prejudicado, mas não foi amputado do seu masculino à partida como a mulher o foi do seu feminino.

Muita gente confunde esta questão e pretende partir de um pé de igualdade entre a mulher e homem quando assim não acontece. É como se numa corrida o homem corresse com as suas duas pernas e a mulher só uma…ela nunca ganharia a corrida nem a perna…É assim que eu vejo a mulher dentro da espiritualidade. Amputada da sua verdadeira identidade, a identificar-se com os processos do homem! Sim, porque os processos são diferentes e as funções também. Não se pode inverter os pólos neste caso. A mulher sendo iniciada por natureza, é ela que inicia o homem. Tal como o dá à Luz…duas vezes…o fará assim também no amor a dois. Foi este princípio que o patriarcalismo perverteu há séculos por medo da mulher ctónica. Um velho cisma ainda não resolvido e que só o será se a mulher o encarar como tal e então sim poderá tornar-se senhora de si! Senhora de si e não Dona de nada…

Para quem quer escamotear a questão alegue-se o óbvio: as mulheres foram de tal modo esvaziadas do seu ser profundo e em todos os sentidos durante milénios de história e religião que agora não conseguem olhar para o que foi a sua perda, a perda da sua identidade profunda da sua natureza intrínseca; elas não sabem como olhar para os confins dessa história apagada dos registos, em que deixaram de existir como seres autónomos porque foi também apagada a sua génese, ou simplesmente adulterada a sua missão de iniciadoras do amor; isso aconteceu quando elas deixaram de ser as sacerdotisa e livre e de amantes passaram a ser concubinas escravas ou esposas. O Sistema explora ainda essa condição em que escravizou a mulher ao seu belo prazer e interesses e a mulher real morreu, esqueceu-se de quem era… Mal nasce, a mulher é anulada na sua individualidade como menina para servir o homem e a sociedade…
Os filmes, os vídeos e a televisão, a publicidade em geral encarregaram-se de a continuar a alienar propagando o ódio e a violência contra as mulheres. Não é por acaso que elas são violadas e perseguidas ou afrontadas hoje até nas universidades, como o foram num país tão livre como o Brasil…ou continuam sendo queimadas na Índia e lapidadas no Iraque e no Irão.

Talvez nas últimas décadas essa mentalidade se tenha atenuado, mas o Sistema encontrou logo maneiras de a reprimir e impedir de adquirir uma verdadeira consciência de si mesma. Sim, pode ser diferente hoje nas novas gerações, mas a mãe não tem referências dessa essência-mulher para dar à filha e ela amalga-se à cultura do homem e é um homem nos seus valores, mesmos os espirituais de onde ela foi igualmente excluída…
Por tudo isso há cada vez menos mulheres-mulheres, mas amis mulheres em tudo o que é "espiritual!

Isso acontece portanto na vida normal das sociedades a todos os níveis incluindo ou destacando-se no nível “espiritual” em que a mulher hoje em dia aparece em grande maioria mas apenas de corpo presente, pois serve ainda e apenas para o homem como na idade media, na alquimia servia de "soror mistica", para o adepto atingir a iluminação, ou nos nossos dias sem que ela seja verdadeiramente considerada, nem na linguagem sequer, em que o Pai e o Mestre e o masculino é sempre a referência. Raramente a Deusa a Mãe ou a Shakti é referida...embora no Oriente a mulher não seja sexualmente minimizada, como a mulher é no ocidente, é-o socialmente ao contrária da mulher ocidental que socialemnte tem algumas vantagens...

Os orientais não têm o sentido de pecado numa perspectiva de sexualdiade pecaminosa, embora a mulher possa ser um obstáculo à castidade e à iluminação, nuns casos, porque noutros, o caso do tantrismo, é através da mulher e da deusa que o homem consegue a realizarão enquanto que no ocidente deu-se pura e simplesmente a total rejeição da mulher pelos padres e monges cristãos, para por si mesmos e pelo ascetismo atingirem essa libertação do mundo e do pecado-mulher…

A mim contudo o que mais me choca são os espiritualistas “nova era”, nova vaga, que respeitam muito as suas companheiras e discípulas e no entanto continuam a ver a mulher vulgar, as outras, como mulheres objecto e a divertir-se imenso com a sua imagem degradada…

(…)
(excerto de artigo )
ROSALEONORPEDRO

Fonte: http://rosaleonor.blogspot.com
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Lisa Teixeira
http:muraldecristal.blogspot.com
Novembo / 2011

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